terça-feira, 30 de junho de 2009

Um ano depois


Nossa! Já faz um ano que estive no Japão.

E nunca terminei o blog.

Meu blog, Matsue, a Pequena Jóia do Oriente, era para ser um diário de viagem com começo, meio e fim, mas não foi o que aconteceu.

Na verdade, o que aconteceu foi o seguinte: depois que o Eli chegou, achei bem mais proveitoso ficar curtindo o Japão com ele do que ficar na frente do computador, conectado a internet atualizando meu blog. Quem pode me culpar?

Mas pretendo acabar meu blog. Vou procurar minhas antigas anotações e continuar contando o resto da minha viagem.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Tottori Hanakairo - Parque das Flores











Hoje eu e o Eli fomos ao Tottori Hanakairo - Parque das Flores. É um lugar enorme com muita, mas muita flor. No centro do local existe um globo gigante de vidro, que na verdade é uma estufa, e dentro dele dá para brincar de ECO, pois o som reflete na parede circular dando o efeito divertido. Além disso, toda a estrutura de metal se converge para um único local, que está constantemente apontando para a Estrela Polar. Existem diversas espécies de plantas, claro, inclusive brasileiras, e o que mais me chamou a atenção foram as orquídeas pela sua beleza e a sala com lírios, por seu perfume.


No horinzonte, quando a visibilidade esta boa, o que não foi o caso hoje, podemos admirar o Monte Daisen, sobre o qual já escrevi no blog.


Parque das Flores: recomendado para quem gosta de flores, ou seja para todo mundo! Mesmo quem é mais deprimidinho e se sente incomodado com um monte de cor e perfume, pode se divertir admirando a ala de plantas carnívoras.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Comentários e notas de rodapé - (um oferecimento de Eli)


Oi e olá amigos, familiares e demais leitores perdidos que por alguma razão curiosa aqui se encontram. Isso não é uma invasão (tão pouco me foi ofertado), mas estou aqui inserindo algum texto de apoio ao Blog da Solange (ah, sim, sou eu, o Eli, escrevendo).

Bem, como podem ver, estou no Japão. Consegui chegar aqui depois de tantas tentativas e esforços. Isso me faz feliz e, consequentemente, refletir a respeito das minhas primeiras impressões. Impressões estas que são frutos maturados de conceitos semeados ao longo de toda a minha história. E, agora que estou aqui de verdade, vejo que nossa cultura sabe muito pouco sobre o Japão (ou, pior, acredita em muito pouco do que se sabe sobre o Japão).

O que quero dizer com tudo isso? Ainda não sei ao certo e nem tenho muito tempo de escrever agora. Mas, se me for permitido, em breve, postarei alguns textos de apoio, comentários e notas de rodapé por aqui.

Abençoados sejam. Abraços. Tchau e até logo.

Caiaque











Ontem nós fomos fazer um curso introdutório de caiaque.


Não vou dizer que é fácil manobrar aquele barquinho, mas também não é muito difícil, pelo menos no lugar onde nós estávamos que era um baía bem calma.


O que mais me dava aflição era saber que se o caiaque virasse, era necessário fazer algumas manobras para nós livrarmos do barco, assim peguei um que era aberto e não tinha esse risco.


O instrutor era muito competente e contava com a ajuda de outros profissionais, por isso pudemos nos divertir muito sem temer qualquer acidente.


A água era de um verde esmeralda tão lindo, tão lindo...


E ontem ainda era uma data especial, pois era a abertura oficial da temporada de aproveitar o mar, uma vez que o verão chegou e a água está numa temperatura agradável. Houve uma cerimônia xintoísta, em que o sacerdote rezava para que os banhistas e todos os que forem se divertir no mar sejam protegidos. Um altar é montado com oferendas das melhores frutas, legumes, arroz e dois peixes vermelhos muito frescos, que posteriormente serão levados para o santuário e comidos.

Bons amigos se brinda com saquê







Que legal!
Neste último sábado fomos na casa da família da esposa de meu professor.
Gente boa demais!!!! O motivo da festinha é que o pai dela tinha ganho um saquê maravilhoso, envelhecido por 10 anos em barril de madeira (cedro, eu acho).
No começo estávamos um pouco sem jeito, pois era a primeira vez que entrávamos numa casa tradicional de família japonesa. Ao chegar, fomos introduzidos numa sala forrada com tatami e almofadas baixinhas rodeando uma longa mesa de no máximo 50cm de altura. Era a sala de estar, que possuia um nicho na parede de madeira. O objetivo desse nicho é sempre mostrar alguma coisa bonita para as visitas apreciarem, como por exemplo um quadro, uma flor, uma escultura, etc. Estes objetos são trocados às vezes, para que as visitas sempre apreciem algo novo. Neste dia eles exibiam um desenho chinês, que era um presente de uma amigo. Também havia um pequeno elefante de cerâmica, também presente de um aluno do pai. Como eu trouxe flores para a dona da casa, estas também ficaram em local de destaque.
A mãe preparou um monte de comida típica, que era uma mais gostosa que a outra. Gente, nós não sabemos o que é comida japonesa, se tudo o que conhecemos é o básico de restaurante japonês comum. Tinha bolinhas de carne moída de frango cozidas em molho de erva, frango com curry, sashimi, macarrão do tipo soba, uns bolinhos fritos recheados de legumes, saladas, frutas, etc e etc. Tudo regado com saquê e cerveja feita em casa (sim, muito boa).
O resultado foi um porre fenomenal.
O meu amoreco levou café brasileiro como presente, que foi servido ao final do jantar, e muito elogiado.
Saímos bêbados, mas muito, muito felizes, com os corações aquecidos por tanto carinho e amizade.
Uma noite que jamais será esquecida.

Meu amor chegou!


Gente, meu amor chegou! Meu amor chegou!!!!!
Estou muito feliz!

Ele já pegou amizade com as raposas....

com os coelhos....

e com dragões!!!!!!!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Castelo de Matsue









O castelo de Matsue não é grande, mas é original. Na Segunda Grande Guerra os EUA utilizavam os castelos japoneses como marcos para bombardear, pois eles são facilmente vistos do céu. Desta forma, não muitos sobreviveram com a construção original até hoje. Ele fulgura sobre um monte no centro da cidade, rodeado por um bosque e por santuários xintoístas e templos budistas e do último andar podemos admirar a cidade inteira. Este lugar é chamado Torre de Observação, que é uma das características do castelo, típica da Era Momoyama.
Construído de pedras e madeira, seu interior é fresco e aconchegante, ao contrário dos castelos europeus, que são lindos de se ver e tirar fotografias, mas que ninguém quer morar (com excessão de alguns excêntricos milionários do rock, que não vem ao caso). Era possível ter água dentro de casa, através de um poço! Aliás, este ficava no térreo, que também era usado para estocar alimentos. Assim, se o castelo fôsse sitiado, não faltaria comida e água.
Diversos castelos japoneses são pintados de branco, mas neste só podemos observar a pintura em pequenos locais. A maior parte das paredes estão cobertas com grossas madeiras a prova d’água, que indicam um estilo antigo.
Todas as pedras são colocadas da maneira que vieram das pedreiras, sem cortes artificiais. Isto é chamado de “Colocação Gobozumi”.
No topo do telhado há dois Shachi-hoko (animal imaginário com a cabeça de um tigre e o corpo de um peixe) feitos de bronze. O da esquerda é macho e o da direita é fêmea e possuem 2,08m de altura. Acreditava-se que a presença de animais marinhos no telhado enganariam o fogo, que pensaria que aquilo era água e não madeira.
O castelo foi construido em 1611 por Horio Yoshiharu que levou cinco anos (1607-1611) para contruí-lo. Foi a fortaleza dos seguintes senhores feudais: três gerações de Horios; uma de Kyogokus; e dez de Matsuidaira.
Com a idade de 14 anos, Matsudaira Naomasa mostrou seu valor na batalha Osaka-fuyunojin, em que foi aplaudido por sua coragem pelo seu inimigo Yukimura Sanada.
“From under the black scowl of the loftiest eaves, looking at the east and south, the whole city can be seen at a single glance, as in the vision of a soaring hawk." (Lafcadio Hearn)